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Enfim, Metroid Dread é ou não é um Metroidvânia? Análise.

Metroid Dread é um jogo de ação e aventura criado por uma desenvolvedora espanhola chamada de Mercury Steam, sendo publicado pela Nintendo no dia 10 de Outubro de 2021.

O jogo se inicia com um breve resumo feito pela Samus dos títulos anteriores, colocando todos a par do que ocorreu até o momento (fiz texto sobre este mesmo resumo, caso se interesse pode clicar aqui). 


Possíveis Spoilers


O planeta que a Samus Aran irá explorar agora, possui uma atmosfera similar ao antigo SR388, ele é chamado de ZDR. Este planeta não dispõe de vida nativa, e muito menos foi colonizada por humanos, então ninguém da galáxia inteira sabia da existência dele. A protagonista nem saberia da presença do local se não fosse por um vídeo que recebeu de maneira anônima sobre um parasita X vagando pela superfície do planeta. Sabendo do perigo que esta criatura carrega consigo, ela se dirige para lá sem nem ao menos ligar para a recompensa. Então, a IA de sua nave - Adam - faz um relatório do que ela poderia encontrar no planeta, que no caso seria sobre os E.M.M.I, enviado pela Federação Galáctica com o objetivo de extrair o DNA dos parasitas.

Com o término do relatório feito pelo Adam, Samus finalmente começa a explorar mais do planeta assim descendo em um elevador. Mas ao sair dele, ela encontra um inimigo Chozo bem poderoso que não só a derrota bem rapidamente como também destrói todo o seu equipamento, sobrando somente a armadura base, deixando a heroína bem indefesa em um planeta desconhecido. 

Fim dos "Possíveis Spoilers"


Este foi um breve resumo sobre o início do jogo e partindo diretamente para a gameplay. De agora em diante o jogador deve recuperar as habilidades perdidas enquanto explora o planeta novo, a medida que procura entender o que está ocorrendo no momento.

Essa é basicamente a parte bem superficial do jogo, e não pretendo me aprofundar tanto por causa de spoilers. Mas eu tocarei em um ponto super importante e que é basicamente a raiz do jogo; Metroid Dread é um metroidvânia? 

A resposta é simplesmente sim, portanto eu irei fazer uma breve comparação com quatro jogos metroidvâdias, dois antigos e dois mais novos.

O gênero metroidvânia teve início com dois títulos super aclamados pela crítica e pelos fãs, e ainda por cima são a base de qualquer jogo deste mesmo estilo, são eles: Super Metroid e Castlevania Symphony of the Night.

Toda vez que lança algum jogo metroidvânia, os desenvolvedores costumam estudar e muito estes dois jogos, principalmente o Super Metroid, pois a maneira que este jogo é construído chega a ser sensacionalmente perfeito. Ambos os jogos possuem uma ampla região a ser explorada e conforme você avança, acaba descobrindo novas habilidades que ampliam ainda mais o mapa do jogo, trazendo uma sensação de novidade sem fim.

Um item que vale destacar desses dois jogos, é o quão fácil que você consegue ficar perdido neles, tendo que o jogador deverá aprender a decorar o mapa para uma melhor locomoção, e que às vezes pode nem adiantar, pois sempre irá existir uma parede escondida para prejudicar o jogador de conseguir completar os 100%.

Como ambos os títulos são antigos, acabava que os checkpoints eram quase que inexistentes e caso o jogador morresse, ele teria de voltar desde o último salvamento que não era nem um pouco perto de onde havia sido morto, basicamente uma aposta de alto risco e recompensa. Isso induzia a lutas épicas contra chefes de repentes, onde o player tinha que tomar o maior cuidado do mundo para não morrer e voltar tudo. Somando a exploração interminável, sprites lindos da época, cenários bem feitos, uma trilha sonora memorável, e chefes marcantes é basicamente a chave para o sucesso, e conquistar o coração de várias pessoas.

Agora passando para os mais atuais. Irei comentar primeiro sobre Hollow Knight e depois do Ori and the Will of Wisps.


Hollow Knight é basicamente uma carta de amor para os fãs de metroidvânia da velha guarda, sendo extremamente penoso a cada erro cometido, contendo também um mapa super memorável e uma lore (história) curiosa, deixando qualquer jogador intrigado com o mundo. Mas o problema é que o mundo não é que nem antigamente. Antes, a ausência de checkpoints era por causa de limitações de hardware e todos sabiam disso, então basicamente passava sem problemas. Mas com o Hollow Knight isso é um pouco diferente, existem inúmeras pessoas que acabaram largando o jogo exatamente pelo motivo de que o mapa não tem indicação de onde deve ir ou não, como também por ser extremamente difícil e confuso.

E é por este motivo que o Ori and the Will of Wisps existe, para que mais pessoas que não estão habituadas com este gênero possam aproveitar com mais prazer. Ori seguiu o exemplo de Metroid Fusion, que faz uma marcação no mapa indicando para onde se deve ir, deixando o jogo mais linear, e mantendo o aspecto de exploração que o gênero metroidvânia possuí.

Onde o Metroid Dread se encaixa? 

Metroid Dread é basicamente um meio termo entre velha guarda com o mais moderno. Assim, o jogo não indica onde o jogador deve ir como o próprio Fusion e o Ori, e muito menos de ficar perdido por inúmeras horas como Hollow Knight. 

Vou explicar melhor com um exemplo bem comum no jogo; existem inúmeros momentos em que o game te prende em uma área, o obrigando a adquirir uma habilidade para avançar, mas conforme você explora, o encontro de itens ou áreas trancadas por habilidades vai aumentando gradualmente. A medida que vai obtendo novas técnicas de gameplay, você irá eventualmente desbloqueando outras, outras e outras sucessivamente de uma maneira muito direta, seja porque os upgrades vão aparecendo na sua frente como migalhas de pão, como também por teleportes que estão espalhados pelas áreas, tudo é muito próximo um do outro. O jogador pega tanta habilidade de uma maneira tão rápida e direta, que acaba dando uma impressão de um jogo propriamente linear, e este é um tópico que as pessoas vem discutindo e muito nas redes sociais ultimamente. 

Isso chega a ser perfeito para quem é novo na franquia ou nunca pegou um metroidvânia para jogar. É tanta ação desenfreada e tanto upgrade seguido um do outro, que passa a sensação de quero mais, e que incentiva demais uma segunda jogatina.

Samus em Metroid Dread

A desenvolvedora espanhola do jogo, Mercury Steam, soube de maneira muito esplêndida produzir um jogo onde a Samus Aran é uma protagonista. A heroína não possuí tantas falas neste jogo, mas as suas ações já demonstram o porque dela ser a maior caçadora de recompensas da galáxia, ou seja, ela é incrível e não tem medo de esconder isso. Todas as ações "especiais", os tão famosos parrys e até mesmos as cenas in game, são bem prazerosas de se assistir.


Um pouco mais sobre o jogo

Uma novidade do jogo é o E.M.M.I. que é basicamente uma inteligência artificial que persegue a Samus por várias áreas do jogo. Ele é indestrutível e sabe se locomover muito bem pela fase em si, sempre emboscando a protagonista como pode, ele só pode ser derrotado se o jogador pegar um poder bem específico e raro, e ainda assim, precisa ser muito sangue frio para bater de frente com um robô desse.

Um item que vale a se destacar neste jogo é a dificuldade. As batalhas contra chefes deste título são bem difíceis a ponto de ser realmente necessário decorar o padrão de ataques para conseguir se sobressair nas lutas. 

Mas infelizmente, um único ponto fraco nesse jogo é a trilha sonora. Se comparar com outros jogos da franquia, ela chega a ser bem fraca e decepcionante.

Conclusão

Para finalizar, o Metroid Dread é aquele jogo que valeu a espera de 19 anos só para ser concluído. Ele possuí uma história marcante, chefes marcantes, cenários bem feitos, e ainda por cima animações e cenas super prazerosas como um bolo de cenoura bem feito da vovó, aquele que você tem vontade de nunca perder a sensação gostosa que fica na boca.

Caso ainda esteja em dúvida se o jogo vale ou não a pena ser comprado, recomendo que teste a demo que a Nintendo lançou recentemente na eshop.

Espero que tenha gostado, e nos vemos no próximo texto.

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